Medicamentos e seringas, as máquinas que limparam os reatores e o que resta do jardim de infância. Vladimir Migutin entrou na Zona de Exclusão de Chernobyl. E fotografou-a com infravermelhos.
Os 1600 quilómetros quadrados que rodeiam a planta de energia nuclear de Chernobyl formam um estranho espaço de transição. Um lugar onde, 32 anos depois do acidente, os humanos preferem manter-se afastados, mas os animais e a natureza continuam a habitar.
Equipado com uma máquina fotográfica de espectro completo e um filtro infravermelho de 590nm (comprimento da onda da radiação), o fotógrafo russo Vladimir Migutin documentou este cenário incrivelmente surrealista. Ao passear-se pela zona não sentiu uma atmosfera melancólica, consequência da tragédia que aqui teve lugar, mas sim uma “espécie de paraíso de um planeta diferente”, segundo o fotógrafo.
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Um percurso de terra batido forrado por folhas que caíram das árvores nas margens do caminho na Zona de Exclusão de Chernobyl. |
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Carrinhos de choque enferrujados num parque de diversões abandonados após o acidente na central nuclear de Chernobyl. |
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Uma cabana de madeira desabitada na floresta de Pripyat, a cidade fantasma próxima à central nuclear. |
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A roda-gigante do parque de diversões de Chernobyl, que tem 26 metros de altura e que é um dos símbolos mais reconhecidos da cidade. |
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A máquina, chamada Balde, que foi usada para limpar o chão do reator nuclear depois da precipitação radioativa. É um dos objetos mais radioativos da Zona de Exclusão de Chernobyl. |
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O arco monumental que celebrava a união da Rússia e da Ucrânia em 1654. |
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Uma sala de controlo perto do sistema de radares Duga-3, que era usado para detetar mísseis anti-balísticos ameaçadores para a União Soviética. |
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Os frascos de medicamentos e alguns materiais medicinais abandonados numa sala de pacientes do hospital de Pripyat. |
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Um piano apodrecido deixado numa sala de concertos na cidade abandonada de Pripyat. |
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Tanques militares e maquinaria montada no posto de controlo de Chernobyl. |
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Este é o sistema de radares Duga-3, à época chamado também Pica-Pau Russo por lançar um sinal de ondas curtas, repetido e agudo, capazes de interferir com outros sinais legais (rádios e aviação). |
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Aqui pode ver esse sistema de radares pelo interior e de baixo para cima. O sinal tinha 10 Hz de frequência e esteve ativo entre julho de 1976 e dezembro de 1989. |
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Uma máquina abandonada num ferro-velho exclusivo para materiais radioativos em Chernobyl. |
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Vista para o céu fotografada do interior da torre de arrefecimento perto de Pripyat. |
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Esta é a mesma roda-gigante do parque de diversões, mas agora num plano mais aproximado. |
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Um homem atravessa um caminho onde, nas margens, foram postas placas com os nomes de todas as terras evacuadas depois do acidente nuclear de Chernobyl. |
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Na parte de fora de um edifício apodrecido, tubos de plástico e uma máquina foram abandonados junto à janela. |
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Mosquito de Chernobyl, uma estrutura agora enferrujada que servia de grade. |
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Um crânio velho de uma vaca encontrado numa quinta em Pripyat. |
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Simon, uma raposa de Chernobyl que acompanhou Vladimir Migutin na viagem em troca de comida. |
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Um forno e fogão de brincar deixado ao abandono na rua, mas que pertencia a um jardim de infância em Pripyat. |
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Um autocarro que também se tornou altamente radioativo, portanto foi deixado no ferro-velho. |
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Uma árvore nasceu dentro de um edifício abandonado, mas escapou pela janela e depois trepou a parede. |
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A Piscina de Azure em Pripyat. Era uma piscina interior muito frequentada pelos liquidadores, 600 mil militares destacados para limpar Chernobyl depois do acidente. Era considerado o local mais limpo. |
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Este é um campo de basquetebol que ficava ao lado da piscina interior que também foi abandonado. |
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Uma vista panorâmica para a cidade de Pripyat, onde vivia a maior parte dos trabalhadores da central nuclear de Chernobyl. |
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Uma boneca e um coelho partidos que pertenciam a um jardim de infância em Pripyat. |
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Uma quinta abandonada em Chernobyl. |
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Simon continua a acompanhar Vladimir Migutin e os companheiros de viagem por Chernobyl. |
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Um campo de margaridas-amarelas. |
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Um cogumelo extremamente radioativo porque cresceu num terreno muito afetado pelo acidente. |
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Flores selvagens com borboletas pousadas numa floresta perto de Pripyat. |
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Arame farpado montado numa região da floresta. |
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O que resta da central nuclear de Chernobyl vista ao longe. |
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A vida renasceu em Chernobyl: num lago, um peixe nada na companhia de outros mais pequenos. |
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Uma máscara utilizadas nos primeiros tempos após o acidente nuclear. |
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Uma quinta abandonada em Chernobyl. |
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E o lago junto a essa quinta, onde já nadam peixes. |
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O interior de uma sala de aula em Pripyat. |
Fotografias por © Vladimir Migutin
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